quinta-feira, 27 de março de 2008

Tibet Livre

Solidariedade com o povo tibetano e uma saída válida para toda a humanidade

23 de Março 2008

Frente aos eventos destas semanas em Tibet, as Regionais Humanistas e todos os humanistas da Europa, Ásia, América Latina e América do norte condenam a violência e a repressão sangrenta por parte do regime da República Popular da China, contra os manifestantes de Lassa e muitas outras cidades tibetanas.
Estamos frente a eventos análogos à repressão violenta suscitada na Birmânia contra os monges budistas e a população desarmada, com mortos, feridos e “fechamento” de toda forma de informação interna e internacional.
Ao mesmo tempo, denunciamos a política dos EUA e dos grupos armamentistas, próximos do Presidente Bush, por fomentarem, por interesses particulares, em todas partes do mundo, ações separatistas e de desestabilização entre povoações, tentando arraigar-se em sentimentos profundos de identidade nacional como no conflito entre Kosovo e a Sérvia ou entre Palestina e Israel ou fomentando uma divisão por interesses econômicos como sucede na Bolívia.
Não será a voz dos políticos interessados na divisão e o enfrentamento a que possa abrir futuro neste momento difícil.

A questão fundamental é a defesa das raízes históricas de cada povo, é o reconhecimento do direito a praticar as próprias crenças, religiões e culturas mas, sobretudo, é dar uma saída diferente e válida como exemplo para toda a humanidade.
A separação de uma nação ou de uma região pode fazer sentido quando os códigos, as ações, as intenções não assumem formas de isolamento ou de regressão, formas antigas, mas vão na direção da humanização das relações entre os povos, para o real reconhecimento das diversidades, para a real integração entre as culturas, as nações e as regiões que querem representar as vanguardas na formação da Nação Humana Universal.

Para iniciar um processo realmente novo é necessária a via da não-violência, mas isto requer uma cultura projetada para o futuro, um olhar do ser humano sem discriminação entre raças, com iguais oportunidades entre homens e mulheres, sem castas nem classes sociais, um olhar capaz de priorizar o processo por sobre o interesse político imediato.

Como humanistas pedimos aos governos e líderes das facções opostas que parem para escutar as diferentes necessidades e propostas e, entre a visão centralista e a nacionalista, tentem uma saída diferente, tentem uma saída com uma visão “humanista”.

Necessitamos novos elementos interpretativos para compreender a complexidade dos fenômenos sociais atuais, necessitamos a paciência histórica para abrir este diálogo tão importante e urgente para toda a humanidade. Por isto os humanistas, através dos porta-vozes Regionais ou de uma delegação internacional das regiões (Europa, América do Norte, América Latina e Ásia), nos propomos para apoiar como mediação cultural entre o governo chinês e os líderes tibetanos.
Sem este diálogo e esta perspectiva de construção, as mesmas relações internacionais entre China, EUA., Rússia e Europa e seus mesquinhos interesses, poderiam produzir um choque irreversível.

Aqui não estão em discussão as Olimpíadas mas a possibilidade de dar uma resposta coerente a toda a humanidade. Aqui estamos com a humildade e a esperança, juntos com todos os construtores de nova humanidade não-violenta.


Giorgio Schultze Tomás Hirsch

Porta-voz Europeu do Humanismo Porta-voz do Humanismo para a América L

Sudhir Gandotra Chris Wells
Porta-voz do Humanismo em Ásia-Pacifico-Porta-voz do Humanismo em América N

América Latina Unida






Convocação III Fórum Humanista Latino-americano (FHLa)
“América Latina unida por um futuro sem violência”


Em
7, 8 e 9 de Novembro de 2008 em Buenos Aires, Argentina, será realizado o III Fórum Humanista Latino-americano, “América Latina unida por um futuro sem violência”

Nos reuniremos pessoas; instituições; organizações sociais, políticas e culturais e governos que queiram trabalhar para reforçar a integração latino-americana, sob o signo da não- violência e a liberdade de todos os habitantes de nossa região.

Em Outubro de 2006, em ocasião do 1º Fórum Regional Humanista, em Quito, declarou-se: “devemos primeiro construir grandes projetos de integração regional, sem perder de vista o fato de que não estamos aspirando à constituição de regiões que depois choquem entre si, mas a integrações regionais que depois possam contribuir umas com outras…” Posteriormente, em Novembro de 2007, no II FHLa, em La Paz, se disse: “A resolução de conflitos históricos e o desarmamento progressivo e proporcional entre países da região são temas fundamentais para a integração latino-americana. “As guerras não são iniciativa dos povos e sim dos interesses econômicos que os exploram”.

Estas visionárias propostas adquiriram a conotação de demanda, ante a insensata ameaça de guerra gestada pela incursão militar do governo colombiano e o massacre feito em território equatoriano em começo de março. Fato que o FHLa condenou energicamente, ao mesmo tempo que parabenizou sua resolução pacífica, exortando a que no futuro jamais se repitam agressões deste tipo entre países da região e chamando a seguir o exemplo da revolucionária decisão do Presidente Evo Morales de incluir na nova Constituição boliviana, “a renúncia à guerra como forma de resolução dos conflitos”.
América Latina não necessita linguagens beligerantes, nem aventuras belicosas. América Latina necessita paz para a transformação econômica e a recuperação dos direitos políticos e sociais de seus povos.

O FHLa põe ênfase nas urgências de hoje para que o processo de transformações e integração na América Latina chegue em bom porto: pôr limite ao aumento irracional da violência contra a mulher, os jovens e as crianças, até reverter esta tendência; deter o deterioro de sua biodiversidade ocasionado pelo aquecimento global; recuperar seus recursos naturais e energéticos hoje em mãos de depredadoras multinacionais; garantir a liberdade de circulação das pessoas e a liberdade de residência em toda a região; resolver pacificamente os conflitos limítrofes históricos e avançar para o desarmamento progressivo e proporcional entre países da região.

Hoje, mais que nunca, é necessário acelerar os projetos de união no campo político, econômico, social e cultural.

Há 15 anos, a partir do Primeiro Fórum Humanista Mundial realizado em Moscou em Outubro de 1993, temos feito referência à regionalização como parte do processo de mundialização, diferenciando este claramente da globalização que tende a homogeneizar e uniformizar e que derivou em uma precária situação econômica, social e humana, violando os direitos fundamentais das grandes maiorias neste continente e no mundo.

Desde então, conseqüentemente, o fórum humanista iniciou um processo de regionalização, para ir convertendo-se em um instrumento válido de informação, intercâmbio, discussão e ações conjuntas entre seus participantes, sob o signo da não-violência ativa e a valorização e convergência da diversidade.

Não desejamos um mundo uniforme, mas múltiplo. Múltiplo nas etnias, línguas e costumes. Múltiplo nas localidades, as regiões e as autonomias. Múltiplo nas idéias e aspirações. Múltiplo nas crenças, o ateísmo e a religiosidade. Múltiplo no trabalho, múltiplo na criatividadade.

Aspiramos à unidade latino-americana e esta é uma intenção lançada ao futuro integrando os valores das diferentes culturas do continente baseados no respeito pelas diferenças, o repúdio à violência e a superação do sofrimento social e pessoal.

Assim o FHLa põe o ser humano como valor central, e este valor é o marco que compartilhamos os integrantes do fórum, que nos sentimos humanistas e universalistas, além das diversas origens e culturas que nos aconteceu ter circunstancialmente.

E por que nos ocuparmos do futuro se as urgências de hoje no continente são de uma magnitude insuportável? Porque cada vez mais se manipula a imagem do futuro e se exorta a suportar a situação atual como se fosse uma crise insignificante e passageira. No entanto, é a imagem e representação de um futuro possível e bom para todos o que permite a modificação do presente e possibilita toda revolução e toda mudança atual.

Desde esta perspectiva, não há outra saída a não ser produzir uma transformação profunda desta sociedade inumana, abrindo-a à diversidade das necessidades e aspirações humanas. Dita transformação deverá assumir um caráter includente com base na essencialidade humana. Por isso, além das mudanças que se produzam nas situações concretas dos países, seu caráter deverá ser universalista e seu objetivo, mundializador.

Neste sentido, encorajamos e participamos de toda ação que vá nesta direção. No fórum de La Paz reconhecemos os princípios de não discriminação e não-violência que animam o governo da Bolívia e agradecemos o compromisso por ele assumido com os postulados do Fórum Humanista Latino-americano. Assim divulgamos este valioso intento e iniciamos inumeráveis ações de apoio internacional ao processo de mudança boliviano.

Hoje exortamos e convidamos a todas as organizações e Movimentos Sociais do continente a não errar neste momento chave da situação atual. O caminho contra a violência exercida pelas instituições econômicas e políticas do sistema não é a guerra e não é a violência. Nossa ação, em todos os casos, deve priorizar a vida humana, a saúde e a educação da população e não há nenhuma outra prioridade.

A mudança simultânea do social e o pessoal melhorará as condições sociais, mas também é necessária uma busca no interior do ser humano, no profundo de cada um, para conectar com os significados que têm impulsionado a evolução humana.

São momentos de mudança, de oportunidades e de futuro.

Temos a necessidade de ir consolidando a unidade do Movimento Social Latino-americano, amplo e diverso, que se articule superando as fronteiras físicas e mentais que nos separam para reduzir o poder do capital e fortalecer a decisão e participação dos povos, para avançar para essa Nação Humana Universal a que aspiramos.

Pelo Comitê Organizador do III Fórum Humanista Latino-americano,




Tomás Hirsch

Porta-voz do Humanismo para América Latina

Buenos Aires, Março de 2008

quinta-feira, 6 de março de 2008

Posição do Humanismo sobre a ação violenta da Colômbia no Equador‏

Aos povos e governos da América Latina

Condenamos energicamente a sanguinária incursão militar do governo colombiano em território equatoriano.


O processo de transformações na América Latina está passando por um momento crítico. Hoje mais do que nunca é necessário acelerar os projetos de união política, económica e cultural.Necessitamos paz para a transformação econômica, a recuperação dos recursos naturais, e a recuperação dos direitos políticos dos povos.Necessitamos que Venezuela, Equador, Bolívia e Nicarágua fortaleçam e consolidem seus processos de transformação.

Os humanistas da América e do mundo continuaremos oferecendo nosso apoio com decisão.Assim mesmo, valorizamos aos outros governos da região con clara orientação progressista, e esperamos que aprofundem tal orientação em processos refundacionais, com ampla participação de seus povos.





Não necessitamos linguagens beligerantes, nem aventuras bélicas.O presidente de Colômbia, Álvaro Uribe, ao se associar estreitamente ao presidente Bush, não soube trazer a paz a seu próprio país e quer exportar sua lógica de guerra à região.

A incursão armada de Uribe e a matança realizada em território equatoriano é inaceitável e deve ser sancionada pela comunidade internacional. Porém este conflito que trata de gerar o governo norte-americano em nossa região, não vai se resolver com ameaças de guerra, nem com mobilizações de exército. A Era Bush está a ponto de terminar e é muito provável que a inteligência e a cordura regressem também à América do Norte. Enquanto isso, necessitamos unidade, paz e paciência, e fortalecimento da ação não-violenta de organizações sociais, políticas e culturais da região.

Hoje, quando a integração latino-americana quer avançar sustentada em processos como os que lideram Evo Morales, Hugo Chávez, Rafael Corrêa e Daniel Ortega, é necessário que as FARC abandonem sua proposta de insurgência armada, liberem a todos os sequestrados e comecem um caminho de pacificação e apoio ao processo de integração latino-americana.

Frente à ameaça gerada, ganha mais relevância que nunca a revolucionaria decisão do presidente Evo Morales de incluir na nova Constituição o repúdio da guerra como forma de solução dos conflitos. É o momento de que esta decisão seja seguida por todos os países da região.
Os movimentos sociais do continente não podemos nos equivocar neste momento chave da situação atual. O caminho contra a violência exercida pelas instituições econômicas e políticas do sistema não é a guerra e não é a violência. Nossa ação, em todos os casos, deve priorizar a vida humana, a saúde da população, a educação da população e não há nenhuma outra prioridade. Nossa ação é a unidade do movimento social latino-americano para reduzir o poder do capital e fortalecer a decisão e participação dos povos.

Tomás Hirsch Porta-voz do Humanismo para América Latina

4 de março de 2008 __._,_.___

Tão longe quanto possamos SONHAR...

Tão longe quanto possamos SONHAR...
Tão perto quanto nossas ações possam REALIZAR!!!